Talento, vocação ou dom é o nome que se dá a algumas habilidades especiais presentes num determinado indivíduo. Estes, destacam-se dos demais, pois, conseguem realizar certas acções de uma forma mais vistosa e eficaz com um menor esforço. Actualmente, é um dos temas mais estudados da psicologia, que procura decifrar se essas capacidades nascem connosco ou são adquiridas ao longo da nossa vida.
Ao analisarmos esta questão tendo como base uma perspectiva histórica, pudemos facilmente perceber, que a visão do talento inato foi inicialmente preferida. No entanto, com o passar dos anos e com a intensificação dos estudos, percebeu-se que as habilidades consideradas inatas podem ser desenvolvidas caso haja motivação, perseverança e bastante treino. Assim, qualquer pessoa está potencialmente apta para adquirir certas capacidades, desde que esteja disposto e com vontade de aprender.
O Talento no Desporto
No treino desportivo, por exemplo, mesmo que um atleta tenha uma orientação adequada, oportunidades precoces, muito incentivo e motivação incomum, o sucesso nem sempre está garantido. Apesar de atractiva e apelativa, a ideia de que a prática leva à perfeição, não parece ser realista. É inegável a necessidade de dedicação nos treinos para obtenção do sucesso. Porém, as explicações em termos de prática não são suficientes e as características hereditárias devem ser valorizadas (Schneider, 1997).
Outro facto importante é a predisposição genética do indivíduo que pode interferir no desempenho desportivo, limitando as possibilidades de superação com o treino. Por exemplo: é improvável que um indivíduo de 1,60m tenha sucesso internacional no basquetebol, por maior que seja a sua dedicação e prática. Os Factores genéticos são bastante importantes na maturação neuromuscular e, consequentemente, no desenvolvimento de habilidades motoras, porém a contribuição específica dos genes para esses processos é difícil de quantificar. Para Seefeldt (1988) a herança genética determina os limites em que as habilidades são expressas. Kupferman e Kandel (1995) afirmaram que a maior parte dos comportamentos humanos depende de interacções entre processos genéticos e ambientais. A motivação para se dedicar é um factor importantíssimo e pode fazer parte de um potencial inato (Winner & Martino, 1993). Ainda que sejam oferecidas oportunidades e incentivos a várias crianças, nem todas são capazes de responder de uma forma positiva.
Na realidade, os caminhos que levam ao alto desempenho são diversos, sendo improvável especificar os seus factores determinantes. A excelência no desporto é o resultado da óptima integração entre genes e o ambiente. Mesmo reconhecendo que existem influências genéticas no alto desempenho, elas devem ser entendidas de forma probabilística para obtenção do sucesso, sendo necessárias condições ambientais apropriadas para que o indivíduo se destaque. Desse modo, é absolutamente questionável a ideia, apesar de ser sustentado por muitas personalidades envolvidas na formação desportiva, de que os atletas habilidosos “nasceram para o desporto” ou possuem um “dom natural” que os possibilita atingir um alto nível de desempenho.
Concluímos então que o talento é algo inato e adquirido, ou seja, é uma capacidade que todos os indivíduos têm, mas que depende de aperfeiçoamento, do interesse do praticante, de uma boa capacidade de relacionamento interpessoal, adaptações nos diferentes comportamento e disciplina. O desenvolvimento do talento é algo que começa no seio familiar, se estende à escola e ao treino, e, que exige um elevado grau de compromisso dos indivíduos.
O grande exemplo de equilíbrio entre talento inato e adquirido é o jogador de futebol português Crisitiano Ronaldo
Cristiano Ronaldo cumpre a terceira época no Real Madrid e faz «um balanço positivo». Ganhou títulos coletivos e individuais, é um dos melhores da história «merengue» e da história do futebol mundial. Tudo aquilo que conseguiu, disse não ter «acontecido por acaso». «O que consegui foi com esforço, dedicação e um pouco de sorte, mas a sorte só vem para quem a procura», justificou, em entrevista à TVI.
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ResponderEliminarParece indiscutível que o sucesso, a partir de um determinado talento individual, é alcançado por meio de muito esforço, ainda que haja uma pre-disposição genética nesse sentido.
Algumas raras pessoas, no entanto, parecem necessitar de muito pouco ou quase nenhum aprendizado para o desenvolvimento de um determinado talento, revelando uma excepcionalidade que os tornam geniais.